terça-feira, 28 de julho de 2009

Oração de Francisco de Assis?

Oração de Francisco de Assis


A Oração da Paz, também denominada de Oração de São Francisco, é uma oração de origem anônima que costuma ser atribuída popularmente a Francisco de Assis, santo da Igreja Católica. Foi escrita no início do século XX, tendo aparecido inicialmente em 1912 num boletim espiritual em Paris, França.
Em 1916 foi impressa em Roma numa folha, em que num verso estava a oração e no outro verso da folha foi impressa uma estampa de São Francisco. Por esta associação e pelo fato de que o texto reflete muito bem o franciscanismo, esta oração começou a ser divulgada como se fosse de autoria do próprio santo.

FRANCISCO DE ASSIS NÃO ESCREVEU A FAMOSA “ORAÇÃO PELA PAZ”

O francês Christian Renoux, historiador conhecido pelo seu rigor histórico, acaba de revelar, num estudo intitulado “A oracão pela paz, atribuída a São Francisco”, uma verdadeira surpresa que a famosa Oração simples da paz, rezada por católicos, anglicanos e luteranos, não é, como se julgava universalmente, uma oração de São Francisco de Assis. O seu autor é um sacerdote chamado Esther Auguste Bouquerel, e publicou-a em 1912.

O fato de ter sido atribuída ao “Poverello”[1] deve-se ao fato acidental de, em 1918, ter sido impressa na cidade francesa de Reims por trás de uma estampa do Santo de Assis.
O documento mais antigo em que se encontra impressa a oração é de 1912, na revista francesa "La Clochette" (a campainha). Aparece ali como anônima, ainda que se possa atribuir ao diretor do boletim, o sacerdote e fecundo escritor Esther Auguste Bouquerel.

A estrofe foi copiada por uma outra revista francesa, e, pouco tempo depois, em 1916, apareceu nada menos que na primeira página de "L'Osservatore Romano", que a lançou internacionalmente como invocação pela paz. Foi em 1918, que o padre capuchinho Etienne Benoit imprimiu o texto da oração nas costas de uma estampa com a imagem de São Francisco, dirigida aos membros da Ordem Terceira. Uma atribuição apócrifa[2] não se pode fazer superficialmente sem danificar seriamente o legado franciscano.

Ainda que seja um hino à paz, como assinala o Padre Willibrord Christian van Dijk, que estudou durante quarenta anos a história desta oração, é estranho que um santo, que passa por ser um grande místico cristão, tenha escrito um texto que não se dirige a Jesus Cristo, que nem sequer o nomeia, e em que não há nenhuma citação bíblica.. De fato, todas as orações autênticas do Santo são frases tomadas das Escrituras ou da Liturgia.
O texto original desta oração é:
Belle prière à faire pendant la Messe
Seigneur, faites de moi un instrument de votre paix.
Là où il y a de la haine, que je mette l’amour.
Là où il y a l’offense, que je mette le pardon.
Là où il y a la discorde, que je mette l’union.
Là où il y a l’erreur, que je mette la vérité.
Là où il y a le doute, que je mette la foi.
Là où il y a le désespoir, que je mette l’espérance.
Là où il y a les ténèbres, que je mette votre lumière.
Là où il y a la tristesse, que je mette la joie.
Ô Maître, que je ne cherche pas tant à être consolé qu’à consoler, à être compris qu’à comprendre, à être aimé qu’à aimer, car c’est en donnant qu’on reçoit, c’est en s’oubliant qu’on trouve, c’est en pardonnant qu’on est pardonné, c’est en mourant qu’on ressuscite à l’éternelle vie.

Uma das mais conhecidas traduções para a língua portuguesa desta oração é:
Senhor: Fazei de mim um instrumento de vossa Paz!
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna!
Amém

Pesquisa feita por SXS, para enriquecimento do estudo bíblico da Igreja Batista Memorial, tema “Oração”, classe de discipulados, solicitada pela professora K...
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[1] Poverello - apelido atribuído a São Francisco, “o pobrezinho”.

[2] apócrifo (adjetivo)
[Do gr. apókryphos, pelo lat. tard. apocryphu.]
1.Diz-se de obra ou fato sem autenticidade, ou cuja autenticidade não se provou.
2.Diz-se, entre os católicos, dos escritos de assunto sagrado não incluídos pela Igreja no Cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas.

2 comentários:

  1. Muito interessante esta matéria.
    Se puder pesquisar da mesma forma o "Desiderata" que parece ter sido encontrada numa Igreja em 1600, seria mais uma elucidação, pois tanto a prece de São Francisco como o Desiderata são eternas e trazem uma mensagem suprafísica.
    Sou Fátima Irene e teno imenso apreço pelo amigo escritor Wanderley Cabral Xavier.
    Um abração
    fip

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  2. Esquecendo-nos da origem de tal escrito, posicionemo-nos na condição de entender a mensagem nele contida, que simplesmente é a própria vontade de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que nos amemos uns aos outros e sejamos instrumentos dEle para que muitos se salvem e tenhamos o gozo da vida eterna.

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